Brasil, Outubro-Novembro de 2022

«O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (@lulaoficial) escalou uma equipe de médicos para atuar no grupo de Saúde da transição. Entre eles, estão Drauzio Varella e o cardiologista Roberto Kalil. A lista traz nove nomes, dos quais apenas uma especialista é mulher, a professora titular da USP, Linamara Rizzo Battistella, que atua como colaboradora da Organização Pan-americana de Saúde.

A Saúde é uma das áreas consideradas prioritárias pelo governo eleito diante dos impactos da pandemia de Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS). A expectativa é que a transição faça o diagnóstico da área e comece a planejar uma campanha intensa de vacinação após Lula tomar posse.»

Burguesia fede (1)

«O resultado da eleição deste ano trouxe um grande alívio a nível nacional com a grande vitória do presidente Lula. Ele nem assumiu e o mundo já vê o Brasil com outros olhos. O país volta a ser respeitado e essa é a nossa chance de reconstruir a nação sem ódio, sem rancor, com valorização da vida, da harmonia, do amor, da paz e da segurança.

No estado de São Paulo, porém, demos um passo para trás. E o que já era ruim com o PSDB de João Doria e Rodrigo Garcia pode piorar muito com o governador eleito Tarcísio de Freitas. Precisamos estar preparados para enfrentar ataques ainda mais contundentes à educação pública, com vistas à privatização e elitização cada vez maior da educação.

As teses defendidas em campanha pelo governador eleito, nos leva à necessidade de união do movimento sindical do serviço público paulista para manter nossos direitos e prestar um serviço de qualidade à população.

A elite paulista se mostra terrivelmente atrasada, com mentalidade escravocrata ao eleger um candidato pregando a vingança contra a juventude pobre ao defender a redução da maioridade penal, que não resolve nada e piora tudo.»

Francisca Rocha (2)

«O presidente eleito Lula (PT) chorou nesta quinta-feira (10) durante um discurso em Brasília ao afirmar que mantém o compromisso com combate à fome no país.

Lula discursou nesta quinta durante uma reunião com políticos aliados no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde funciona a transição de governo. Entre os presentes ao encontro também estavam o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) e a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann.»

G1 (3)

«Lula em primeiro discurso como presidente eleito em Brasília, depois de reuniões com o STF e o Congresso.

O presidente eleito fala sobre harmonia entre poderes, pacificação e reorganização das relações institucionais. Fala sobre resgate da economia, erradicação da fome.

Garantiu aos jornalistas que eles não serão violentados e agredidos por ele, presidente, nos próximos 4 anos.

Disse que o Brasil vai voltar a normalidade.

Respondendo aos jornalistas, foi assertivo, e nos fez sentir que estamos de volta ao mundo real.

Acabou.

Nós saímos do pesadelo. Que orgulho.

Habemus governo.»

Anderson França (4)

«Nove dias depois de Jair Bolsonaro perder as eleições, dois dos filhos do ainda presidente do Brasil foram à embaixada de Itália em Brasília para avançar no processo de obtenção da cidadania italiana.

O senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho de Jair Bolsonaro, e o deputado Eduardo Bolsonaro, o terceiro filho, estiveram na representação diplomática na manhã de terça-feira.»

CNN Portugal (5)

«o meu melhor momento do dia é quando ao fim da noite falo com a minha filha. a Aurora está em São Paulo, na PUC, Universidade Católica, a fazer Eramus. ela interessa-se pelas questões da América do Sul e pelo que acontece no Brasil. de modo que na conversa vêm sempre ao de cima as matérias do dia. hoje, duas ou três coisas que tanto dão para rir quanto para chorar. a primeira, o fascista Steve Bannon andou por São Paulo no dia das eleições. não será propriamente novidade, li nos jornais e, francamente, não tem piada nenhuma. a segunda, a Aurora foi almoçar com amigas e deu com grupos bolsonaristas junto a unidades militares a pedir a intervenção armada jurando que as eleições foram fraudulentas. também não é novidade. aquela gente não tem nem emenda nem mais nada que fazer. a terceira circula nas redes sociais e é simplesmente hilariante. Lula vai implementar uma ditadura como a de Maduro e impor o “marxismo cultural” nas escolas. tanto assim que já é conhecido o nome do novo Ministro da Educação: Paulo Freire! por acaso, Paulo Freire morreu em 1997. é claro que o projecto do Bolsonaro sofreu um sério revés nas eleições. é claro que num quadro de normalidade democrática, provavelmente, ele será preso. um bandido é um bandido é um bandido. é também um perigo: a procissão ainda vai no adro…»

Jorge Campos (6)

«jair quebrou o brasil: equipe de transição vai descobrindo o rombo que bolsonaro deixará no governo; henrique meirelles estimou o valor em 400 bilhões de reais; governo não deixou orçamento para o farmácia popular, merenda escolar, auxílio e outras áreas; e entrevistamos a mixologista Néli Pereira sobre seu livro “da botica ao boteco”, sobre o uso de ervas brasileiras nos drinques. assista e comente! 19h30!»

Socialista Morena (7)

«O deputado federal Alexandre Frota (Pros-SP) relatou através das redes sociais, nesta sexta-feira (11), que parlamentares até então bolsonaristas já vêm se movimentando no Congresso Nacional na tentativa de se aproximar do futuro governo Lula (PT). 

Desde sua derrota no segundo turno da eleição, Jair Bolsonaro (PL) fez apenas duas aparições públicas e muitos de seus aliados já vêm se resignando com o resultado. Alguns deles, segundo Frota, no entanto, estariam dando um passo além ao tentarem diálogo com interlocutores de Lula.»

 Ivan Longo (8)

«O empresário Abílio Diniz afirmou à CNN Brasil que o “mercado fica nervoso à tôa” e é “muito sensível”, referindo-se às oscilações na bolsa de valores e no valor do dólar após as declarações do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no discurso transmitido ao vivo nesta quinta (10) durante reunião do gabinete de transição. Diniz disse, ainda, não ver razão para que haja “pânico neste momento”.

Integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social a convite do presidente Lula a partir de 2003, o acionista do Carrefour Brasil complementou que a prioridade dada por Lula à questão social nunca foi segredo, bem como sua intenção de fazer política voltada sobretudo aos mais pobres, como prometeu durante a campanha eleitoral.

Diniz argumentou que apesar dessas prioridades, o presidente eleito sabe das “dificuldades” enfrentadas pela economia nacional, de forma que vai olhar sempre para que não se gere inflação, sabendo que “não podemos estourar demais as despesas sem ter uma receita equivalente”.

(…) A economista e professora da Universidade Johns Hopkins Marcela Bolle também teceu críticas ao mercado em matéria do jornal O Globo desta sexta (11). Bolle explicou que o sobe-e-desce da bolsa e do dólar não querem dizer nada e que os acionistas fazem tais movimentações para ganhar dinheiro. Ela disse esperar que isso não atrapalhe a transição. 

Na avaliação da professora, os economistas de mercado têm uma visão míope e a posição do mercado é ideológica, pois não apresentou tais oscilações diante de situações que considera muito mais graves, como o Orçamento Kamikaze ou o Orçamento Secreto.»

Luana Bonone (9)

«Percebi umas coisinhas mais sobre o Brasil ao ouvir hoje o Murillo, que nasceu brasileiro e vive e trabalha aqui Almada.

Percebi que algum empresariado de classe média não desgostou do clima que Bolsonaro proporcionou às empresas. Isso e o ódio visceral ao PT explicam muita coisa.

Continuei sem uma boa resposta para uma dúvida minha com algum tempo: porque raio os brasileiros preferiram a opção entre o mal e o pior desdenhando dos candidatos equilibrados apresentados ao centro? A única resposta para ocupar o lugar é a rejeição visceral ao PT. É muito fraca, mas é o que há.

Em parte, e isto digo eu, não o Murillo, a submissão religiosa e o grau de alienação da maioria da população brasileira foram, são, pasto fácil para as técnicas do ultraje potenciadas pelas redes propriedade da Meta. Bolsonaro e o bolçarismo alimentaram sempre a fornalha do ódio, fazendo com que a rejeição ao PT fosse a mais importante questão política no país ao longo de um ano e na eleição de um novo presidente. “Lula corrupto” foi o único slogan que se lhes ouviu. É muito pouca proposta para um país que anda ali sempre à bica do top ten dos maiores PIB mundiais.

Agora, o que retirei da conversa assim de mais impactante foi uma surpresa que aliás chocou de frente com a minha tese, que tinha explanado de manhã noutro contexto, quando estabelecia a principal diferença entre o grande estado federado da América no Norte e o grande estado federado da América do Sul.

A implosão dos EUA é admissível e está em cima da mesa, passando para o topo da pilha dos assuntos a tratar quando Trump ascendeu ao poder e se tornou numa ameaça ao governo federal. Há na realidade 5 américas, a secessão não seria nem mal vista, nem difícil. Até certo ponto até a podemos considerar lógica. (E alguns estados, como a Califórnia, adorariam e tinham muito a ganhar se fossem países soberanos.)

Até hoje eu julgava que o Brasil, apesar de ser uma federação de estados, não continha diferenças estaduais significativas, pelo que não há sequer correntes contra o governo federal, ao contrário dos americanos do Norte, que são em grande quantidade anti-federais). O Murillo alterou a minha percepção.

“Foi o Nordeste que deu a vitória a Lula e o resto do país não gostou”, disse ele mais ou menos textualmente. Não será exatamente assim mas não é isso que interessa: interessa a percepção das coisas porque é em função dela que o eleitor escolhe e as culturas avançam (a impermeabilidade aos factos de tantos milhões de pessoas em pleno século XXI espanta os cientistas e científicos, incluindo-me eu nestes, mas é… um facto).

Não creio que o Brasil esteja numa rota de desagregação como os EUA estão. Mas o que eu julgava inexistente já germina. Espero que não vingue.»

Paulo Querido (10)

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(1) No Facebook em 10/11/2022.

(2) Opinião em Jornal Tornado, 10/11/2022.

(3) Notícia do G1, 10/11/2022.

(4) No Facebook em 10/11/2022.

(5) Notícia da CNN Portugal, 09/11/2022.

(6) No Facebook em 07/11/2022.

(7) No Facebook em 05/11/2022.

(8) Notícia da Revista Fórum, 11/11/2022.

(9) Notícia da Revista Fórum, 11/11/2022.

(10) No Facebook em 02/11/2022.