Leituras: Laranjeira-Amarga, de Jokha Alharthi

A Autora (1)

Fotografia de José Carlos Carvalho / Visão

Jokha Alharthi (ou al-Harthi, 1978-    ) é uma escritora, critica literária e professora universitária. Natural do Sultanado de Omã mas passa a sua vida entre este país e o Reino Unido.  Estudou em Omã e no Reino Unido. Fez o doutoramento em Poesia Árabe Clássica, em Edimburgo, e é professora na Sultan Qaboos University (em Mascate, no Sultanado de Omã). É autora de quatro romances, várias antologias de contos e dois livros para crianças.

O Livro

Este foi o primeiro romance publicado pela autora e foi publicado em 2016.

A sinopse dá uma ajuda: «Zuhour, uma estudante omanense numa universidade britânica, encontra-se entre o passado e o presente. Tenta fazer amizades e assimilar a cultura britânica, mas não consegue esquecer as relações que foram centrais na sua vida, sendo a mais importante a que manteve com Bint Aamir, mulher que sempre considerara sua avó, e que morreu assim que Zuhour abandonou a Península Arábica.»

As recordações da família de Zuhour, e sobretudo da sua avó, entrelaçam-se com o presente – estudar no Reino Unido, com uma cultura diferente e ainda enfrentar problemas de alojamento e outras questões com os (novos) colegas. Cada capítulo é breve, mas conta uma história do início ao fim, como se fosse um conto. A autora aproveita a variedade de contextos para refletir sobre o estatuto social, riqueza, desejo e o lugar da mulher da sociedade. É engraçado como somos tão diferentes uns dos outros mas todos temos avós (ou familiares) que nos marcam. Por outro lado a tensão entre o que é universal e as especificidades dos costumes (e imposições) de uma cultura marcam todo o livro. Até porque, quer se queira quer não, quem muda de país leva a cultura de origem consigo. Gostei.

Leitura de: Jokha Alharthi, Laranjeira-amarga (Lisboa, Relógio d’Água, 2023)

Nota Lateral: Este romance venceu o Sultan Qaboos Award for Culture, Arts and Literature.

Ver Também: Jokha Alharthi: “A globalização tem aspetos positivos, não se pode negar, mas será que nos aproximou uns dos outros?”

(1) Fontes de informação: Jokha Alharthi (site oficial) e Wook.