Obras Que Adorei Ler em 2022 – parte 1: Ficção

Em 2022 a ficção que li inspirou-me pouco. Há a destacar estes livros, náufragos num mar de decepções. David Machado e Luis Sepulveda são as estrelas.

Índice médio de felicidade, por David Machado (Opinião)

Como conseguir um romance lamechas sem cair na lamechice? Perguntem a David Machado.

História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar, por Luis Sepulveda & O velho que lia romances de amor & Patagónia Express, do mesmo autor (Opinião)

Como é sabido, eu gosto de ler mais do que uma obra de cada autor. Claro que nem sempre faço isso. Desta vez comecei a ler Luis Sepulveda (de quem já tinha lido em tempos um livro ou dois) e só terminei ao 6º livro, sob pena de ficar com uma ressaca literária.

Gostei de todos os livros que li dele, mas estes três destacaram-se! História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar é recomendado pelo PNL para os 12-14 anos, mas eu recomendo-o a toda a gente. Sobretudo aos pais com filhos adolescentes.

A China fica ao lado, de Maria Ondina Braga

Maria Ondina Braga (1922-2003) foi uma escritora e tradutora portuguesa. Na década de 60 foi professora, sucessivamente, em Angola, Goa e Macau. A China fica ao lado foi editado em 1966 e recebeu o Prémio do concurso de Manuscritos do Secretariado Nacional de Informação (SNI).

Este livro é um conjunto de contos sobre a vida e costumes de Macau (e por extensão da China) na época em que a autora aí viveu.

Adorei, apesar de ser preciso alguma paciência para perceber as histórias.

Contos exemplares, de Sophia de Mello Breyner Andresen & Histórias da terra e do mar, da mesma autora

Sophia de Mello Breyner Andresen dispensa apresentações.

Contos exemplares (editado a primeira vez em 1962) e Histórias da terra e do mar (1984) são dois livros de contos muito bons. Adorei.

Niketche : uma história de poligamia, por Paulina Chiziane (Opinião)

A sinopse: «Rami, casada há vinte anos com Tony, um alto funcionário da polícia, de quem tem vários filhos, descobre que o partilha com várias mulheres, com as quais ele constituiu outras famílias. O seu casamento, de “papel passado” e aliança no dedo, resume-se afinal a um irónico drama de que ela é apenas uma das personagens. Numa procura febril, Rami obriga-se a conhecer “as outras”. O seu marido é um polígamo! Na via dolorosa que então começa, séculos de tradição e de costumes».

Gostei do livro porque é fácil de ler e porque tem uma clara mensagem feminista: só a união das mulheres traz a força. E apesar das diferenças entre elas, têm mais em comum que inicialmente pensavam (e têm mais em comum que um homem).